quarta-feira, 9 de julho de 2008

O Carbono e o Aquecimento

O excesso de emissão de dióxido de carbono no ar acentuou o processo de aquecimento do planeta. Isso tem causado mudanças climáticas, como violentos furacões, secas inusitadas, enchentes e o degelo das calotas polares, que está aumentando o nível do mar, o que pode afetar milhões de habitantes das regiões litorâneas.
Os maiores responsáveispor esse aumento são as queimadas e a atividade industrial. Mas a liberação de dióxido de carbono também é feita por praticamente todos nós. Ela acontece, por exemplo, em atividades cotidianas como o uso de objetos de plástico ou o simples fato de tirar o carro da garagem. Para se ter uma idéia, só na cidade de São Paulo cerca de 16 milhões de toneladas de CO2 são emitidas por ano. Da Revolução Industrial até os dias atuais, a temperatura teve um aumento de aproximadamente 0,8ºC. Caso o crescimento passe dos 2ºC, as consequências podem ser catastróficas.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Terremoto devastador

A tragédia das crianças

Terremoto no sudoeste da China destrói cidades e se mostra
particularmente devastador para os mais jovens. Pelo menos
oito escolas desabaram, soterrando milhares de estudantes
(Duda Teixeira)

ESPERANÇA
Menina aguarda o resgate sob os escombros de escola na cidade de Beichuan: tremor de 7,9 pontos ocorreu durante as aulas da tarde.
A tragédia na China tem uma face predominante: a de milhares de crianças e adolescentes soterrados pelos tijolos e vigas de concreto de suas escolas, destruídas pelo terremoto. No início da tarde de segunda-feira da semana passada, dia 12, quando ocorreu o abalo sísmico de 7,9 pontos na escala Richter, com epicentro a 1 500 quilômetros de Pequim, os estudantes estavam em horário de aula. Durante dois minutos, tempo que durou o tremor, oito escolas desabaram sobre a cabeça de professores e alunos. Eram construções projetadas para resistir a um tremor com no máximo um quinto da força do ocorrido na semana passada. Na sexta-feira, havia pouca esperança de que os 850 estudantes sob os escombros de uma escola na cidade de Dujiangyan pudessem ser resgatados com vida. Apenas cinqüenta foram salvos. Em Qingchuan, um colégio de três andares veio abaixo quando as crianças tiravam um cochilo. Quase 200 morreram.
No que sobrou dos prédios, voluntários tentavam retirar os corpos com as próprias mãos, debaixo de uma chuva que durou dois dias. Pais e avós cercavam os escombros à espera de notícias. Na quinta-feira, quando as chances de encontrar sobreviventes se esvaíam e as equipes de resgate já usavam máscara cirúrgica para abrandar o cheiro dos corpos em decomposição, alguns pais ainda insistiam em vasculhar os destroços na esperança vã de encontrar os filhos. Em um país que adota a política do filho único e multa os casais que violam a regra, as cidades mais afetadas pelo terremoto praticamente perderam uma geração inteira de seus cidadãos. Na sexta-feira, o número oficial de mortos estava em 22 000. O governo estimava que pode passar de 50.000 quando as buscas terminarem.
O terremoto, o mais destruidor dos últimos 32 anos na China, ocorreu com a movimentação das rochas a uma profundidade de 19 quilômetros. Liberou energia equivalente a 900 bombas atômicas como a que destruiu Hiroshima. Um rasgo de no mínimo 250 quilômetros abriu-se sob a superfície do solo. Nas cidades localizadas em cima da falha geológica onde ocorreu o epicentro do abalo, 85% dos edifícios ruíram. Em Dujiangyan, as encostas das montanhas cederam, alterando completamente a paisagem. Ao todo, 10 milhões de pessoas foram afetadas, a maioria na província de Sichuan. A três meses do início das Olimpíadas de Pequim, com as quais o país pretende expor-se como uma potência em ascensão, o governo chinês tinha razões redobradas para socorrer as vítimas com rapidez e eficiência. Mais de 100.000 soldados foram enviados à região. Impossibilitados de chegarem ao local em helicópteros, devido à chuva forte, ou em caminhões, pois as estradas estavam destruídas, os soldados seguiram a pé em direção às áreas mais afetadas. A cidade mais próxima do epicentro, Wenchuan, só foi alcançada pelas tropas dois dias depois do tremor. Em Yingxiu, somente 2.300 dos 10.000 habitantes foram encontrados vivos. Gu Qinghui, representante da Cruz Vermelha, disse a um canal de televisão: "Eu acabei de voltar de Beichuan esta manhã. Não existe mais Beichuan". Nenhum dos edifícios da cidade passou incólume aos tremores.
(Andy Wong/AP)

As cenas do terremoto de Sichuan foram transmitidas ininterruptamente pelos canais de televisão chineses. Um dos casos que comoveram o país foi o da adolescente Yang Liu, que ficou presa pelas pernas sob os blocos de concreto de sua escola, de quatro andares, em Mianzhu. Liu ganhou um capacete de proteção e, por três dias, recebeu alimentos e água das equipes de resgate. Remover os blocos que a prendiam, no entanto, faria com que todo o restante viesse abaixo e ela acabaria morrendo. Na quinta-feira, os médicos amputaram as pernas da menina no próprio local, em uma operação que durou vinte minutos. A presteza do governo chinês em se esforçar nos resgates e a divulgação da tragédia em cadeia nacional marcam uma mudança considerável na política do Partido Comunista. Horas após o terremoto ter pulverizado as cidades, o primeiro-ministro Wen Jiabao voou de helicóptero à província de Sichuan para acompanhar os trabalhos de resgate e dizer que o país aceitaria de bom grado ajuda internacional. "Aqui é o vovô Wen Jiabao. Aguardem, crianças, que vocês serão resgatadas", disse ele sobre os escombros de uma escola.
Tal comportamento seria inimaginável em 1976, quando um terremoto atingiu Tangshan, a 155 quilômetros de Pequim. Naquele ano, a China vivia os últimos suspiros da revolução cultural de Mao Tsé-tung. A própria existência da catástrofe foi negada por vários meses. Os sucessores de Mao recusaram ajuda estrangeira e deixaram o resgate das vítimas a cargo de soldados mal equipados. O número oficial de mortos só foi conhecido três anos depois: 240 000. Estrangeiros foram proibidos de chegar ao local durante sete anos. Em 1975, quando inundações no Rio Huai mataram 30 000 pessoas, as rotas dos aviões eram desviadas para que os passageiros não vissem a destruição.
A diferença em lidar com a tragédia se deve às mudanças profundas pelas quais o país passou desde então. Com o capitalismo, a China de hoje é mais de dez vezes mais rica. O país, assim, tem mais recursos para mobilizar helicópteros, soldados e enviar remédios e alimentos às vítimas. A abertura econômica também tem obrigado a ditadura de partido único a se preocupar com a imagem internacional do regime. Há dois meses, por exemplo, a comoção mundial que se seguiu à repressão, pelo governo chinês, dos protestos de monges tibetanos incluiu até a perseguição global à tocha olímpica. O episódio lembrou aos dirigentes chineses quanto a opinião internacional importa a um país que busca seu lugar entre os grandes. "O governo já aceitou negociar com o líder tibetano Dalai-Lama, vai promover eleições locais e está aumentando a liberdade dentro do partido comunista", disse a VEJA o especialista chinês em relações internacionais Dali Yang, diretor do Instituto Asiático de Cingapura. "Muitas vezes o governo volta atrás em alguns avanços, mas há uma tendência geral de abertura."
No caso do terremoto, a China adotou uma postura de humildade e aceitou receber ajuda de equipes de resgate do Japão, da Rússia, de Cingapura, da Coréia do Sul e até mesmo de Taiwan, país cuja soberania não reconhece. Os chineses querem evitar a todo custo um adiamento nas Olimpíadas de Pequim. Antecedentes para isso havia. Quando o vírus da síndrome respiratória aguda (Sars) fez as primeiras vítimas na Ásia, por exemplo, a sede da Copa do Mundo de futebol feminino de 2003 foi transferida da China para os Estados Unidos. O drama causado pelo terremoto levou a uma decisão menos radical do comitê olímpico: resumiu-se a reduzir pela metade o percurso da tocha olímpica no país e eliminar os discursos previstos para o trajeto. A 650 quilômetros do epicentro do terremoto, outro país asiático dá uma amostra de como não lidar com uma calamidade natural. Duas semanas após um ciclone com ventos de 190 quilômetros deixar 100 000 mortos em Mianmar, a ditadura militar que governa o país continua se recusando a receber a ajuda de equipes de resgate estrangeiras. Os alimentos doados por organizações internacionais são simplesmente confiscados pelo regime, sem chegar aos desabrigados. A ditadura de Mianmar é a ditadura da China de trinta anos atrás.
(Com reportagem de Alexandre Salvador Publicidade)(veja).

Meio Ambiente -História

História no Brasil

ANO ACONTECIMENTOS

- SÉCULO XIX -
1808
Criação do Jardim Botânico no Rio de Janeiro
1850
Lei 601 de Dom Pedro II proibindo a exploração florestal nas terras descobertas, a lei foi ignorada, continuando o desmatamento para implantação da monocultura de café.
1876
André Rebouçãs sugere a criação de parques nacionais na Ilha de Bananal e em Sete Quedas.
1891
Decreto 8.843 cria reserva florestal em Acre, que não foi implantada ainda.
1896
Foi criado o primeiro parque estadual em São Pablo. Parque da Cidade.

- SÉCULO XX -
1920
O pau brasil é considerado extinto
1932
Realiza-se no Museu Nacional a primeira Conferência Brasileira de Proteção à Natureza
1934
Decreto 23793 transforma em Lei o Anteprojeto de Código Forestal
1937
Cria-se o Parque Nacional de Itatiaia
1939
Cria-se o Parque Nacional do Iguaçu

- anos 60 -
1961
Jânio Quadros, declara o pau brasil como árvore símbolo nacional, e o ipê como a flor símbolo nacional

- anos 70 -
1971
Cria-se em Rio Grande do Sul a associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural . AGAPAN
1972
A Delegação Brasileira na Conferência de Estocolmo declara que o pais está “aberto a poluição, porque o que se precisa é dólares, desenvolvimento e empregos” . Apesar disto, contraditoriamente o Brasil lidera os países do Terceiro Mundo para não aceitar a Teoria do Crescimento Zero proposta pelo Clube de Roma
1972
A Universidade Federal de Pernambuco inicia uma campanha de reintrodução do pau brasil considerado extinto em 1920.
1973
Cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente, SEMA, no âmbito do Ministério do Interior,que entre outras atividades, começa a fazer Educação Ambiental
1976
A SEMA e a Fundação Educacional do Distrito Federal e a Universidade de Brasília. Realizam o primeiro curso de Extensão para professores do 1o Grau em Ecologia .
1977
Implantação do Projeto de Educação Ambiental em Ceilândia. (1977 - 81).
1977
SEMA constitui um grupo de trabalho para elaboração de um documento de Educação Ambiental para definir seu papel no contexto brasileiro.
1977
Seminários Encontros e debates preparatórios à Conferência de Tbilisi são realizados pela FEEMA-RJ
1977
A disciplina Ciências Ambientais passa a ser obrigatória nos cursos de Engenharia.
1978
A Secretaria de Educação de Rio Grande do Sul desenvolve o Projeto Natureza (1978 - 85)
1978
Criação de cursos voltados para as questões ambientais em varias universidades brasileiras.
1978
Nos cursos de Engenharia Sanitária inserem-se as disciplinas de Saneamento Básico e Saneamento Ambiental
1979
O MEC e a CETESB/ SP, publicam o documento “Ecologia uma Proposta para o Ensino de 1o e 2o Graus.

- anos 80 -
1981
Lei Nr. 6938 do 31 de Agosto, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente (Presidente Figueiredo)
1984
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), apresenta uma resolução estabelecendo diretrizes para a Educação Ambiental, que não é tratada.
1986
A SEMA junto com a Universidade Nacional de Brasília, organiza o primeiro Curso de Especialização em Educação Ambiental . (1986 a 1988)
1986
I Seminário Nacional sobre Universidade e Meio Ambiente
1986
Seminário Internacional de Desenvolvimento Sustentado e Conservação de Regiões Estuarino – Lacunares (Manguezais) São Paulo
1987
O MEC aprova o Parecer 226/87 do conselheiro Arnaldo Niskier, em relação a necessidade de inclusão da Educação Ambiental nos currículos escolares de 1o e 2o Graus
1987
Paulo Nogueira Neto representa ao Brasil na Comissão Brundtland
1987
II Seminário Universidade e Meio Ambiente, Belém, Pará.
1988
A Constituição Brasileira, de 1988, em Art. 225, no Capítulo VI - Do Meio Ambiente, Inciso VI, destaca a necessidade de ‘’promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente’’. Para cumprimento dos preceitos constitucionais, leis federais, decretos, constituições estaduais, e leis municipais determinam a obrigatoriedade da Educação Ambiental.
1988
Fundação Getúlio Vargas traduz e publica o Relatório Brundtland, Nosso Futuro Comum.
1988
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente de SP e a CETESB , publicam a edição piloto do livro “Educação Ambiental” Guia para professores de 1o e 2o Graus.
1989
Criação do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), pela fusão da SEMA, SUDEPE, SUDEHVEA e IBDF. Nele funciona a Divisão de Educação Ambiental.
1989
Programa de Educação Ambiental em Universidade Aberta da Fundação Demócrito Rocha,por meio de encartes nos jornais de Recife e Fortaleza.
1989
Primeiro Encontro Nacional sobre Educação Ambiental no Ensino Formal . IBAMA/ UFRPE. Recife
1989
Cria-se o Fundo Nacional de Meio Ambiente FNMA no Ministério do Meio Ambiente MMA.
1989
III Seminário Nacional sobre Universidade e Meio Ambiente. Cuiabá. MT

- anos 90 -
1990
I Curso Latino-Americano de Especialização em Educação Ambiental . PNUMA/IBAMA/CNPq/CAPES/UFMT. CUIABÁ- MT (1990 a 1994)
1990
IV Seminário Nacional sobre Universidade e Meio Ambiente, Florianópolis, SC.
1991
MEC resolve que todos os currículos nos diversos níveis de ensino deverão contemplar conteúdos de Educação Ambiental (Portaria 678 (14/05/91).
1991
Projeto de Informações sobre Educação Ambiental , IBAMA/ MEC;
1991
Grupo de Trabalho para Educação Ambiental coordenado pelo MEC, preparatório para a Conferência do Rio 92.
1991
Encontro Nacional de Políticas e Metodologias para Educação Ambiental . MEC/ IBAMA/Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República/ UNESCO/ Embaixada do Canadá.
1992
Criação dos Núcleos Estaduais de Educação Ambiental do IBAMA, NEA’s.
1992
Participação das ONG’s do Brasil no Fórum de ONG’s e na redação do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis. Destaca-se o papel da Educação Ambiental na construção da Cidadania Ambiental.
1992
O MEC promove no CIAC do Rio das Pedras em Jacarepagua Rio de Janeiro o Workshop sobre Educação Ambiental cujo resultado encontra-se na Carta Brasileira de Educação Ambiental, destacando a necessidade de capacitação de recursos humanos para EA
1993
Uma Proposta Interdisciplinar de Educação Ambiental para Amazônia. IBAMA, Universidades e SEDUC’s da região, publicação de um Documento Metodológico e um de caráter temático com 10 temas ambientais da região.(1992 a 1994)
1993
Criação dos Centros de Educação Ambiental do MEC, com a finalidade de criar e difundir metodologias em Educação Ambiental;
1994
Aprovação do Programa Nacional de Educação Ambiental , PRONEA, com a participação do MMA/IBAMA/MEC/MCT/MINC
1994
Publicação da Agenda 21 feita por crianças e jovens em português. UNICEF.
1994
3º Fórum de Educação Ambiental
1995
Todos os Projetos Ambientais e/ou de desenvolvimento sustentável devem incluir como componente atividades de Educação Ambiental .
1996
Criação da Câmara Técnica de Educação Ambiental do CONAMA
1996
Novos Parâmetros Curriculares do MEC, nos quais incluem a Educação Ambiental como tema transversal do currículo.
1996
Cursos de Capacitação em Educação Ambiental para os técnicos das SEDUC’s e DEMEC’s nos Estados, para orientar a implantação dos Parâmetros Curriculares. Convênio UNESCO - MEC
1996
Criação da Comissão Interministerial de EA. MMA
1997
Criação da Comissão de Educação Ambiental do MMA
1997
I Conferência Nacional de Educação Ambiental. Brasília. ICNEA
1997
Cursos de Educação Ambiental organizados pelo MEC – Coordenação de Educação Ambiental, para as escolas Técnicas e Segunda etapa de capacitação das SEDUC’s e DEMEC’s. Convênio UNESCO – MEC
1997
IV Fórum de Educação Ambiental e I Encontro da Rede de Educadores Ambientais. Vitória.
1997
I Teleconferência Nacional de Educação Ambiental .Brasília, MEC
1998
Publicação dos materiais surgidos da ICNEA
1999
Criação da Diretoria de Educação Ambiental do MMA Gabinete do Ministro
1999
Aprovada a Lei 9.597/99 que institui a Política Nacional de EA
1999
Programa Nacional de Educação Ambiental (PNEA)
1999
Criação dos Movimento dos Protetores da Vida Carta de Princípios Brasília DF
1999
A Coordenação de EA do MEC passa a formar parte da Secretária de Ensino Fundamental - COEA

- anos 2000 -
2000
Seminário de Educação Ambiental organizado pela COEA/ MEC Brasília DF
2000
Curso Básico de Educação Ambiental a Distância DEA/ MMA UFSC/ LED/ LEA
2002
Lançado o Sistema Brasileiro de Informação sobre Educação Ambiental e Práticas Sustentáveis (SIBEA)
2002
Decreto Nº 4.281, de 25 de junho de 2002. Regulamenta a Lei que institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências
2004
Em setembro é realizada a Consulta Pública do ProNEA, o Programa Nacional de Educação Ambiental, que reuniu contribuições de mais de 800 educadores ambientais do país.
Em novembro foi realizado o V Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, após sete anos de intervalo ocorrido entre o IV Fórum, com o lançamento da Revista Brasileira de Educação Ambiental e com a criação da Rede Brasileira de Educomunicação Ambiental - REBECA.
Ainda em novembro, após dois anos de existência enquanto Grupo de Estudos, é oficializado o Grupo de Trabalho em Educação Ambiental da ANPEd, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação.
Em dezembro é criado o Grupo de Trabalho de Educação Ambiental no FBOMS, o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais.

Efeito estufa e as mudanças climáticas

Efeito Estufa e as Mudanças Climáticas


A Terra absorve a radiação solar, principalmente na superfície. Essa energia é então redistribuída pela circulação atmosférica e oceânica e radiada para o espaço em comprimentos de onda mais l
ongos (radiação "terrestre" ou "infravermelha"). Em média, para a Terra como um todo, a energia solar recebida é equilibrada pela radiação terrestre devolvida. Qualquer fator que altere a radiação recebida do sol ou enviada de volta para o espaço, ou que altere a redistribuição da energia dentro da atmosfera e entre a atmosfera, a terra e os oceanos pode afetar o clima. Uma mudança na energia disponível para o sistema global Terra/atmosfera é denominada um forçamento radiativo.

Os aumentos das concentrações de Gases de Efeito Estufa-GEE reduzirão a eficiência com que a Terra se resfria. Uma maior parte da radiação terrestre da superfície é absorvida pela atmosfera e emitida em altitudes mais elevadas e temperaturas mais frias. Isso resulta em um forçamento radiativo positivo que tende a aquecer a baixa atmosfera e a superfície. Essa é a intensificação do efeito estufa - a intensificação de um efeito que vem atuando na atmosfera da Terra há bilhões de anos devido aos gases de efeito estufa que ocorrem naturalmente: vapor d'água, dióxido de carbono, ozônio, metano e óxido nitroso. O total do aquecimento depende da magnitude do aumento da concentração de cada gás de efeito estufa, as propriedades radiativas dos gases envolvidos e as concentrações de outros Gases de Efeito Estufa já presentes na atmosfera.

Esta troca de energia entre a superfície e a atmosfera mantém as atuais condições que proporcionam uma temperatura média global, próxima à superfície, de 14oC. A não existência do efeito estufa natural acarretaria uma temperatura média próxima à superfície de -19oC, representando 33oC a menos do que a média da temperatura observada. O efeito estufa natural é parte do balanço de energia da Terra,

Qualquer mudança no balanço radiativo da Terra tenderá a alterar as temperaturas atmosféricas e oceânicas e os correspondentes padrões de circulação e tempo. Será acompanhada por mudanças no ciclo hidrológico (por exemplo, alterações na distribuição das nuvens ou mudanças nos regimes de precipitação e evaporação), que podem intensificar processos de desertificação e inundações, provocam perdas de produtividade agrícola e de áreas agricultáveis. Pode também tornar mais intensos fenômenos extremos tais como furacões, tufões, ciclones e tempestades tropicais.

Qualquer mudança induzida pelo homem no clima será sobreposta às variações climáticas naturais que são causadas pela variabilidade da intensidade solar e as erupções vulcânicas. As atividades antrópicas, em particular a queima de combustíveis fósseis, mas também a mudança no uso da terra e, em menor grau, a produção de cimento, promovem o aumento dos GEE ou dos aerossóis de sulfato emitidos pela queima de combustíveis fósseis contendo enxofre, que provocam um pequeno esfriamento.

O aquecimento observado nos últimos 50 anos é em grande parte devido à emissão antrópica de GEE. A média de temperatura da superfície da Terra começou a crescer desde 1861, se comparada aos últimos mil anos. O aquecimento da superfície ocorrido no século 20 foi de 0,6+/- 0,2 em relação à média dos últimos mil anos.

As previsões do Terceiro Relatório de Avaliação do IPCC, 2001, são a de um aumento da média global da temperatura entre 1,4 a 5,8 0C e a de um aumento no nível dos mares causado pela expansão térmica dos oceanos e o derretimento das calotas polares. A previsão é de uma elevação dos mares entre 0,09 e 0,88 metros, para os próximos 100 anos (até 2100).

Fonte: IPCC, 1996 e 2001.