domingo, 29 de junho de 2008

quinta-feira, 26 de junho de 2008

P.D.

Questões:
1- Como podemos proteger os nossos rios da degradação ambiental?
2- Qual a quantidade de água doce disponível em todo o mundo para uso humano?
3- O que podemos fazer para evitar o desperdício de água?
4- Comente sobre a distribuição de água doce no Brasil.
5- O que são recursos hídricos?
6- Comente sobre "O Aquífero Guaraní".
7- Qual a finalidade da "Declaração Universal dos Direitos da água'?
8- Faça uma síntese sobre a água doce no Brasil.
9- Especifique (taxa porcentual) o destino da água usada pela humanidade.
10- Comente a frase "Água é qualidade de vida".

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Aquífero Guaraní

Educação ambiental para preservação do Aqüífero Guarani na região do Planalto dos Guimarães- MT:
Este projeto tem por objetivo geral contribuir no sentido de divulgar a ocorrência do Aqüífero Guarani no Planalto dos Guimarães-MT, com o fim de preservar o aqüífero e educar para questões relativas ao uso e importância das águas subterrâneas, para a qualidade da vida humana e do meio ambiente.O projeto tem como objetivos específicos:a) Contribuir na formação de crianças e adolescentes para o problema do uso e preservação das águas subterrâneas; b) Divulgar o Aqüífero Guarani na região do Planalto dos Guimarães-MT, visando à proteção do meio ambiente; c) Produzir e oferecer um conjunto de materiais pedagógicos. (Instituição Titular da Proposta:Associação Brasileira de Águas Subterrâneas)
Educação Ambiental: Uma Proposta Sustentável.
Este projeto tem como objetivo a sensibilização e conscientização do Poder Público, da Sociedade e demais atores envolvidos em Ribeirão Preto - SP - Brasil sobre a gravidade dos estoques de água doce no planeta, o uso indiscriminado, a contaminação, a poluição e a degradação dos mananciais subterrâneos e em especial o Aqüífero Guarani e as conseqüências que todos estes problemas acarretam para o futuro próximo da humanidade. Assim, essas pessoas poderão auxiliar na conservação e preservação deste nobre Recurso Hídrico, para que as gerações futuras possam usufruir dessa fonte. Pretende-se proporcionar à população de Ribeirão Preto - SP - Brasil, conhecimentos científicos sobre o tema para que desta forma, a mesma possa se posicionar frente às questões ambientais, auxiliando neste processo de preservação.Pretende-se utilizar atividades voltadas à educação ambiental como forma de sensibilizar a população sobre a importância da preservação dos recursos hídricos, a gravidade da redução dos estoques de água e demais temas relacionados à proteção dos recursos naturais. Fornecer informações para que a população possa auxiliar na fiscalização dessas áreas e exercer seu direito de cidadania. A população terá acesso às informações através de palestras, além de outras atividades de divulgação como: teatro, atividades lúdicas e demais atividades interdisciplinares, esportivas e culturais para atrair a população para os eventos propostos.Nas escolas de educação infantil serão atingidas através de atividade lúdicas como: teatros, dentre outras. A escolha dessa forma de comunicação tem o intuito de aproximar o universo infantil às questões ambientais de forma lúdica para que haja um melhor resultado da atividade. (Instituição Titular da Proposta:UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos)
O Aqüífero Guarani é uma das maiores reservas subterrâneas de água doce do mundo. Possui um volume acumulado de 45.000 km3 (considerando uma espessura média aqüífera de 250m e porosidade efetiva de 15%) e extensão da ordem de 1,2 milhões de Km2, sendo 840.000 km2 (70%) no Brasil, 225.500 Km2 na Argentina, 71.700 Km2 no Paraguai e 58.500 Km2 no Uruguai. Na parte brasileira estende-se à oito estados: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Possui mais de 500 cidades abastecidas, total ou parcialmente, com suas águas.
As águas são de excelente qualidade para consumo doméstico, industrial e irrigação e, em função das temperaturas serem superiores a 30ºC em todo o domínio confinado, são muito utilizadas para o desenvolvimento de balneários e até mesmo na agroindústria (despelamento de frango). Segundo Rebouças (1999) sobre cerca de 70% da área de ocorrência há possibilidade de os poços serem jorrantes. A utilização do aqüífero se dá de forma desordenada, sem controle, em sua maior parte, o desperdício é flagrante. Faz-se necessário medidas tanto no plano nacional como no internacional.
A região que hoje abriga o Aqüífero Guarani, na Era Mesozóica (240 a 140 milhões de anos atrás) era um grande deserto. Com o passar do tempo, os ventos acumularam enormes quantidades de material arenoso nessa região, formando um extenso campo de dunas sobre o continente Godwanico. Estes depósitos foram recobertos, no Eocretáceo (140 a 120 milhões de anos atrás), por lava basáltica, em um dos mais volumosos episódios de vulcanismo intracontinental do planeta, dando origem a Formação Serra Geral, que ocorre sobre o Aqüífero Guarani. Essa lava, quando solidificou-se, estancou a areia de alta porosidade e condutividade hidráulica (Oliveira Filho, 2000). Foram esses mecanismos geológicos que originaram as rochas (formações geológicas), em cujos poros armazenam-se as águas de Aqüífero Guarani (Borghetti et al., 2004).

Declaração Direitos da Água

A presente Declaração Universal dos Direitos da Água foi proclamada tendo como objetivo atingir todos os indivíduos, todos os povos e todas as nações, para que todos os homens, tendo esta Declaração constantemente no espírito, se esforcem, através da educação e do ensino, em desenvolver o respeito aos direitos e obrigações anunciados e assumam, com medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação efetiva. Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos. Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem. Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia. Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam. Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras. Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo. Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis. Art. 8º - A utilização da água implica o respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado. Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social. Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
(Fonte: Organização das Nações Unidas Paris, 199.)

Água no mundo

A água não é só uma mera substância química formada por átomos de hidrogênio e oxigênio. Nela surgiu a primeira forma de vida do planeta há milhões de anos; dela o processo evolutivo caminhou até formar nossa espécie, e continua a manter toda a diversidade que conhecemos. "Terra, planeta água:"Nenhuma frase é tão verdadeira quanto essa, se pensarmos que 3/4 da superfície do nosso mundo são cobertos por água, sendo 97% salgada, e apenas 3% doce. Contudo, do percentual total da água doce existente, a maior parte encontra-se sob a forma de gelo nas calotas polares e geleiras, parte é gasosa e parte é líquida - representada pelas fontes subterrâneas e superficiais. Já os rios e lagos, que são nossas principais formas de abastecimento, correspondem a apenas 0,01% desse percentual, aproximadamente. Na Terra tudo é mantido graças à presença desse líquido vital: nossas cidades, nossas indústrias, nossas plantações, e, mesmo o oxigênio que respiramos, cerca de 70% dele, vem das microscópicas algas habitantes dessa enorme massa formada por rios, lagos e oceanos.
(Amigo da Água - www.amigodaagua.com.br)

Água no Brasil

O Brasil possui uma das maiores reservas hídricas do mundo, concentrando cerca de 15% da água doce superficial disponível no planeta.Mas o contraste na distribuição é enorme: A região Norte, com 7% da população, possui 68% da água do País, enquanto o Nordeste, com 29% da população, possui 3%, e o Sudeste, com 43% da população, conta com 6%. Além disso, problemas como o desmatamento das nascentes e a poluição dos rios agravam a situação. Em conseqüência, 45% da população não tem acesso aos serviços de água tratada e 96 milhões de pessoas vivem sem esgoto sanitário. A agricultura é o setor que mais consome água no país, cerca de 59%. O uso doméstico e o setor comercial consomem 22% e o setor industrial fica por último com 19% do consumo. Projeções feitas por cientistas calculam que em 2025, cerca de 2,43 bilhões de pessoas estarão sem acesso à água.O desperdício é outro grande problema. Na verdade, é uma das causas para escassez. No Brasil 40% da água tratada fornecida aos usuários é desperdiçada. Cada pessoa necessita de 40 litros de água por dia, mas a média brasileira é de 200 litros. Outros dados: • 65% das internações hospitalares no país, principalmente de crianças, são causadas por doenças de veiculação hídrica. • Diarréia e as infecções parasitárias estão em segundo lugar como maior causa de mortalidade infantil no Brasil. • Apesar dos esforços, são poucas as indústrias brasileiras que tratam seus despejos antes de devolvê-los à natureza.• Apesar de toda energia gerada pelas gigantescas hidrelétricas do São Francisco, ainda hoje 35% da população rural dessa região não possui energia elétrica em seus domicílios.• São Paulo e algumas outras cidades do globo têm uma descarga de efluentes do mesmo volume que o fluxo natural dos rios que as atravessam.

Água na medida certa

(Alex Sander Alcântara - Agência FAPESP .)
Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP), desenvolveram um sistema para monitoramento e controle automático de irrigação de precisão em sistemas do tipo pivô central, aplicado em grandes áreas. Nos sistemas de pivô central, os aspersores são instalados em uma tubulação metálica que, apoiada sobre torres metálicas montadas em rodas, recebe a água de um dispositivo central sob pressão. Acionadas, as torres fazem movimentos concêntricos para irrigar áreas que vão, em geral, de 50 a 130 hectares. De acordo com um dos autores do estudo, Tarlei Botrel, professor do Departamento de Engenharia Rural (LER) da Esalq, o hardware desenvolvido consiste em conjuntos de sensores de umidade colocados estrategicamente em vários pontos da área irrigada pelo pivô central. “Os sensores são ligados a sistemas de radiofreqüência que enviam as informações para uma central de processamento. Esta analisa as informações e estabelece a lâmina de água necessária em cada parcela, acionando o pivô central de modo a aplicar lâminas diferenciadas de acordo com a necessidade da parcela”, disse Botrel à Agência FAPESP. Participaram do estudo, que foi publicado na revista Engenharia Agrícola, os pesquisadores José Frizzone, também do LER, e Tadeu Queiroz, professor do Departamento de Engenharia da Produção Agroindustrial da Universidade Estadual do Mato Grosso (Unemat). O principal objetivo da pesquisa foi reduzir o consumo de água associado a incrementos na produtividade. “Os resultados mostraram que tanto os circuitos como os aplicativos desenvolvidos apresentaram funcionamento satisfatório, com grande potencial para utilização em sistemas de irrigação de precisão”, afirmou Botrel. O estudo recomenda, no entanto que o alcance dos rádios seja aumentado. Nos testes de comunicação, eles apresentaram limitação no alcance acima de 50 metros. De acordo com Brotel, após a conclusão do trabalho, rádios com alcance maior surgiram no mercado e deverão ser testados na próxima etapa da pesquisa. Segundo ele, o trabalho também pretendeu permitir aplicações diferenciadas de água nesse tipo de sistema. “Com a área irrigada dividida em subáreas, os sensores de umidade colocados no solo, em cada parcela, enviam por radiofreqüência as informações a um controlador localizado no pivô central”, disse. Isso permite que a água seja aplicada de forma diferenciada em cada parte, de acordo com as informações enviadas pelos sensores. “Na agricultura tradicional, todas as plantas em um campo cultivado recebem o mesmo tratamento, ou seja, supõe-se que todas sejam iguais. Sabemos que isso não é verdade, pois existem grandes variações devido a fatores como variabilidade espacial do solo, variabilidade genética da planta e diferenciação na incidência à luz solar”, explicou Botrel. Para o cientista, o ideal seria que cada planta fosse tratada individualmente, isto é, de acordo com seu porte e característica recebe quantidades diferenciadas de insumos visando à otimização do uso do insumo e também a produtividade da planta. “Com o avanço tecnológico de imagens digitais e sensores, tem se tornado possível e viável, na agricultura de precisão, o tratamento em nível de subáreas, agrupando as plantas em parcelas em que cada parte apresenta características e necessidades semelhantes quanto a um dado insumo”, salientou.
Necessidades diferentes
A melhor racionalização da água, segundo o professor da Esalq, ainda é um desafio para a irrigação. “Quando se trata todas as plantas como tendo a mesma necessidade, geralmente tomando como base a média, estamos aplicando água a mais em algumas e a menos em outras. O controle individual de uma planta isolada é inviável, mas podemos fazer isso em parcelas com características semelhantes”, explicou. Para o desenvolvimento do aplicativo computacional foi projetado um sistema capaz de obter a leitura dos tensiômetros utilizando uma interface sem fio, que foi implementada por meio de módulos de radiofreqüência. “Partimos do princípio de que é possível fazer uma irrigação de precisão dividindo a área do pivô em setores. Cada setor pode conter um conjunto de tensiômetros e a lâmina aplicada pode ser calculada individualmente”, disse Botrel. Segundo ele, o sistema desenvolvido pode ser usado para qualquer tipo de solo, mas o potencial de economia é maior quando o solo é heterogêneo. “A utilização de sistemas de transmissão de dados por radiofreqüência é uma ferramenta cada vez mais atraente e aplicável e, a exemplo da mecanização, a irrigação poderá ser de precisão”, disse. “Acreditamos que, com a água como um recurso cada vez mais escasso, sistemas que propõem economia deverão ser bastante utilizados. Nosso sistema apresenta baixo custo e grandes benefícios, o que o torna viável economicamente”, afirmou.

Abastecimento

Abastecimento: Corrupção pode levar à escassez de água (25 de Junho de 2008)

A corrupção está tornando a água mais cara em alguns países em desenvolvimento e ameaça a sobrevivência de bilhões de pessoas. A afirmação foi feita nesta quarta-feira pela ONG Transparência Internacional. O problema não acontece em tamanha proporção em grandes cidades, como Nova York, Londres ou Roma.
A constatação foi feita no mais recente relatório mundial sobre a corrupção, divulgado em Berlim e Nova York pela ONG. A Transparência Internacional informou ter descoberto que subornos, corrupção e outros delitos são as principais razões para a "crise mundial da água", que está acelerando o ritmo da degradação ambiental.
O relatório mostra que a corrupção no setor de abastecimento de água varia de pequenos subornos na entrega do produto até o desvio de recursos destinados à irrigação e energia hidrelétrica. De acordo com a ONG, tal corrupção, encontrada tanto em países ricos como pobres, ameaça exacerbar a escassez mundial de alimentos.
"Em todo o mundo há anúncios de investimentos grandes em irrigação para combater a crise alimentar. Escassez de água significa escassez de alimentos e se a corrupção na irrigação também não for combatida estes esforços não vão dar resultados", afirmou a presidente da ONG, Huguette Labelle. Terras irrigadas ajudam a produzir 40% do suprimento mundial de alimentos, destacou o relatório. Este é o primeiro estudo do impacto da corrupção no setor da água. A Transparência Internacional afirmou que 1,2 bilhão de pessoas não têm acesso garantido à água e 2,6 bilhões não têm serviços de saneamento adequado. Como exemplo, o relatório trouxe o caso da Índia, onde a corrupção eleva em 25% o custo dos contratos de irrigação.
Um dos resultados da corrupção no setor da água “é que residências pobres em Jacarta, Lima, Nairóbi ou Manila gastam mais com água do que moradores de Nova York, Londres ou Roma”, concluiu o estudo.
(Revista Veja)

domingo, 22 de junho de 2008

Água potável

Ambiente.
Água: Cai do céu, mas pode faltar

A humanidade desperdiça e polui a água como se nada valesse – e já paga o preço por isso
Diogo Schelp
Reuters
Seca na Índia: a agricultura gasta 70% da água doce usada no mundo
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Nesta reportagem• Quadro: O planeta azul perde a cor
Exclusivo on-line• Em profundidade: Aquecimento global
O nosso planeta azul vive um paradoxo dramático: embora dois terços da superfície da Terra sejam cobertos de água, uma em cada três pessoas não dispõe desse líquido em quantidade suficiente para atender às suas necessidades básicas. Se o padrão atual de aumento de consumo for mantido, calcula-se que essa proporção subirá para dois terços da população mundial em 2050. A explicação para o paradoxo da escassez na abundância é a seguinte: a água é um recurso renovável pelo ciclo natural da evaporação-chuva e distribuído com fartura na maior parte da superfície do planeta. Acontece que a ação humana afetou de forma decisiva a renovação natural dos recursos hídricos. Em certas regiões do mundo, como o norte da China, o oeste dos Estados Unidos e o Lago Chade, na África, a água vem sendo consumida em ritmo mais rápido do que pode ser renovada. Estima-se que 50% dos rios do mundo estejam poluídos por esgotos, dejetos industriais e agrotóxicos. "Em alguns casos, a sujeira é irreversível e aquela fonte de água jamais poderá voltar a ser utilizada", disse a VEJA o belga Jan van Wambeke, chefe de desenvolvimento de terras e água do escritório latino-americano da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Calcula-se que 30% das maiores bacias hidrográficas tenham perdido mais da metade da cobertura vegetal original, o que levou à redução da quantidade de água.
Nos últimos 100 anos, a população do planeta quadriplicou, enquanto a demanda por água se multiplicou por oito. Estima-se que a humanidade use atualmente metade das fontes de água doce do planeta. Em quarenta anos, utilizará perto de 80%. Apenas 1% de toda a água existente no planeta é apropriada para beber ou ser usada na agricultura. O restante corresponde à água salgada dos mares (97%) e ao gelo nos pólos e no alto das montanhas. Administrar essa cota de água doce já deveria despertar preocupação similar à existente em relação à gasolina. Não é o que acontece. Em tese isso faz sentido, pois a água é mais abundante e barata que o petróleo – combustível fóssil cuja escassez nos deixa apreensivos quanto ao futuro e já nos custa caro na hora de encher o tanque do carro –, com a vantagem de ser um recurso renovável. O petróleo, no entanto, pode ser trocado por outras fontes de energia. Já a água é insubstituível. "Ainda hoje usamos esse bem vital com a mesma falta de cuidado que se tinha no século XIX", diz a especialista em água Petra Sánchez, da Universidade Mackenzie, em São Paulo.
AP
Jatos de água para amenizar o calor numa vila japonesa: uso generoso dos recursos hídricos
Muitos especialistas temem que no futuro haja guerras não mais por petróleo, mas por água. Em parte, o perigo está no fato de que nenhum país é totalmente dono de sua própria água. A maior reserva de água subterrânea existente no mundo, o aqüífero Arenito Núbia, distribui-se pelo subsolo de quatro países – Líbia, Egito, Chade e Sudão. O aqüífero Guarani, segundo em extensão, é dividido entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Mais de 200 rios cruzam fronteiras nacionais. Pouca gente nota, mas a água tornou-se um dos produtos mais presentes no comércio global. Países com poucos recursos hídricos, como a China, compensam a escassez importando a "água virtual" embutida em produtos agrícolas ou industriais. Calcula-se que sejam necessárias 10 toneladas de água para produzir o equivalente a 2 dólares em trigo e a mesma quantidade do recurso natural, em média, para obter um produto industrializado de 140 dólares. Como se gasta muito mais água na irrigação do que nas fábricas, em proporção ao valor final do produto, pode valer mais a pena para um país importar alimentos e concentrar suas forças na indústria. A China, uma das nações com a menor disponibilidade de água doce per capita, está passando por essa transição. Recentemente, os três maiores lagos chineses foram cobertos por algas devido à poluição, que matou os peixes e impediu o uso da água no abastecimento da população. Na semana passada, o governo chinês anunciou um projeto para despoluir todos os lagos do país.
Os fatores humanos da escassez de água são agravados por eventos climáticos. De todas as previsões relacionadas ao aquecimento global, a mais surpreendente talvez seja a de que o clima da Terra ficará mais úmido, mas não de forma uniforme por todo o planeta. Haverá mais chuvas nas regiões próximas aos pólos e secas mais intensas nas áreas subtropicais. Isso deve piorar um problema contra o qual a humanidade já luta há milênios: a natureza nem sempre nos dá a água no lugar, no momento e na quantidade que precisamos. Mesmo países com água em abundância, como é o caso do Brasil, não estão livres de dilemas. O acesso à água potável depende de um sistema eficiente de coleta, tratamento e distribuição. Há duas razões principais para isso. A primeira é o crescimento populacional das cidades, que leva ao esgotamento das fontes hídricas próximas dos centros urbanos. A solução é trazer a água, um recurso pesado e difícil de transportar, de lugares cada vez mais distantes. Parte da água que abastece São Paulo é captada a 100 quilômetros de distância. A segunda dificuldade na captação de água limpa a baixo custo para as cidades é a poluição.
O uso de água imprópria para o consumo humano é responsável por 60% dos doentes no mundo. Por dia, 4.000 crianças morrem de doenças relacionadas à água, como a diarréia. Os especialistas costumam alinhar duas soluções principais para evitar a escassez de água de qualidade, própria para o consumo humano: cobrar mais pelo uso do recurso e investir no tratamento dos esgotos. O objetivo de cobrar mais pela água é desencorajar o desperdício. Na irrigação, por exemplo, que consome 70% de toda a água doce utilizada no mundo, pode-se economizar com sistemas de gotejamento e borrifação, mais eficientes que as técnicas de alagamento das lavouras. No Brasil, cobra-se pelo uso da água em apenas duas bacias hidrográficas formadas por rios de jurisdição federal (a lei permite que se faça o mesmo em outras cinco). A segunda solução, o tratamento de esgoto, possibilita que a água seja devolvida à natureza ou reutilizada. No fim do mês passado, o condado de Orange, um dos mais ricos da Califórnia, inaugurou a maior estação do mundo dedicada a transformar esgoto em água potável. Depois de limpa, a água é injetada no lençol freático do qual a cidade se abastece. É uma providência que vem em boa hora. A Califórnia não é apenas uma das regiões mais secas dos Estados Unidos – é também onde se encontra o maior consumo hídrico per capita do mundo. Sabendo usar, não vai faltar.
(Revista Veja, Com reportagem de Alexandre Salvador e Denise Dweck)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Gás de lixo

O lixo das 300 maiores cidades brasileiras poderia produzir 15% da energia elétrica total consumida no país. A estimativa consta no Plano Decenal de Produção de Energia 2008/2017 e considera todo o lixo recolhido nestes municípios. O documento deveria ser lançado ainda neste mês e está em fase final de elaboração.
Apesar dessa previsão, o Ministério de Minas e Energia, que encomenda o relatório desde 2006, para balizar suas ações, não tem planos de realizar leilões com a energia do lixo nos próximos anos. Segundo o governo, as prioridades em fontes renováveis são eólica, solar e hidrelétrica.
A falta de perspectivas aumenta a defasagem do Brasil na tecnologia de eletricidade produzida por meio do lixo, na avaliação do professor Luciano Bastos, responsável pelo capítulo que avalia esse potencial no plano decenal a ser lançado.
Bastos diz que a única usina construída especialmente para aproveitar o potencial energético dos dejetos é a termelétrica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com capacidade de 200 KW por mês, suficiente para abastecer 2.300 casas.
Além dessa usina, há os aterros sanitários Novagerar, em Nova Iguaçu-RJ, Bandeirantes e São João, em São Paulo, que utilizam o gás metano resultante da decomposição natural da matéria orgânica.

Carbono à venda
A transformação de lixo em energia teria ainda duas consequências benéficas, na opinião de pesquisadores. A primeira é incentivar a armazenagem correta dos resíduos, que passam a ser matéria-prima. Outro benefício seria o econômico: assim como outras fontes de energia renovável, o lixo pode gerar créditos de carbono e favorecer o Brasil nas negociações sobre mudanças climáticas. A geração de créditos se deve à queima do metano, produto natural da decomposição orgânica. Este gás é mais danoso ao aquecimento global do que o gás carbônico CO2. (...)
A energia gerada no Bandeirantes (20 MW ou 160 mil casas) é usada pelo Unibanco e a do São João (24,8 ou 198,4 mil casas) é vendida para grandes consumidores, como shopping centers. (...)
(Folha de São Paulo - 14/06/2008)

sábado, 14 de junho de 2008

Apresentação

Olá!!
Esse espaço é destinado à discussão sobre o Meio Ambiente, o cenário atual do aquecimento global, Previsões: como as diferentes regiões serão atingidas pelo aquecimento global, Ações individuais para reduzir as emissões de gases que agravam o efeito estufa, Desenvolvimento sustentável e a Biodiversidade.