quarta-feira, 9 de julho de 2008

O Carbono e o Aquecimento

O excesso de emissão de dióxido de carbono no ar acentuou o processo de aquecimento do planeta. Isso tem causado mudanças climáticas, como violentos furacões, secas inusitadas, enchentes e o degelo das calotas polares, que está aumentando o nível do mar, o que pode afetar milhões de habitantes das regiões litorâneas.
Os maiores responsáveispor esse aumento são as queimadas e a atividade industrial. Mas a liberação de dióxido de carbono também é feita por praticamente todos nós. Ela acontece, por exemplo, em atividades cotidianas como o uso de objetos de plástico ou o simples fato de tirar o carro da garagem. Para se ter uma idéia, só na cidade de São Paulo cerca de 16 milhões de toneladas de CO2 são emitidas por ano. Da Revolução Industrial até os dias atuais, a temperatura teve um aumento de aproximadamente 0,8ºC. Caso o crescimento passe dos 2ºC, as consequências podem ser catastróficas.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Terremoto devastador

A tragédia das crianças

Terremoto no sudoeste da China destrói cidades e se mostra
particularmente devastador para os mais jovens. Pelo menos
oito escolas desabaram, soterrando milhares de estudantes
(Duda Teixeira)

ESPERANÇA
Menina aguarda o resgate sob os escombros de escola na cidade de Beichuan: tremor de 7,9 pontos ocorreu durante as aulas da tarde.
A tragédia na China tem uma face predominante: a de milhares de crianças e adolescentes soterrados pelos tijolos e vigas de concreto de suas escolas, destruídas pelo terremoto. No início da tarde de segunda-feira da semana passada, dia 12, quando ocorreu o abalo sísmico de 7,9 pontos na escala Richter, com epicentro a 1 500 quilômetros de Pequim, os estudantes estavam em horário de aula. Durante dois minutos, tempo que durou o tremor, oito escolas desabaram sobre a cabeça de professores e alunos. Eram construções projetadas para resistir a um tremor com no máximo um quinto da força do ocorrido na semana passada. Na sexta-feira, havia pouca esperança de que os 850 estudantes sob os escombros de uma escola na cidade de Dujiangyan pudessem ser resgatados com vida. Apenas cinqüenta foram salvos. Em Qingchuan, um colégio de três andares veio abaixo quando as crianças tiravam um cochilo. Quase 200 morreram.
No que sobrou dos prédios, voluntários tentavam retirar os corpos com as próprias mãos, debaixo de uma chuva que durou dois dias. Pais e avós cercavam os escombros à espera de notícias. Na quinta-feira, quando as chances de encontrar sobreviventes se esvaíam e as equipes de resgate já usavam máscara cirúrgica para abrandar o cheiro dos corpos em decomposição, alguns pais ainda insistiam em vasculhar os destroços na esperança vã de encontrar os filhos. Em um país que adota a política do filho único e multa os casais que violam a regra, as cidades mais afetadas pelo terremoto praticamente perderam uma geração inteira de seus cidadãos. Na sexta-feira, o número oficial de mortos estava em 22 000. O governo estimava que pode passar de 50.000 quando as buscas terminarem.
O terremoto, o mais destruidor dos últimos 32 anos na China, ocorreu com a movimentação das rochas a uma profundidade de 19 quilômetros. Liberou energia equivalente a 900 bombas atômicas como a que destruiu Hiroshima. Um rasgo de no mínimo 250 quilômetros abriu-se sob a superfície do solo. Nas cidades localizadas em cima da falha geológica onde ocorreu o epicentro do abalo, 85% dos edifícios ruíram. Em Dujiangyan, as encostas das montanhas cederam, alterando completamente a paisagem. Ao todo, 10 milhões de pessoas foram afetadas, a maioria na província de Sichuan. A três meses do início das Olimpíadas de Pequim, com as quais o país pretende expor-se como uma potência em ascensão, o governo chinês tinha razões redobradas para socorrer as vítimas com rapidez e eficiência. Mais de 100.000 soldados foram enviados à região. Impossibilitados de chegarem ao local em helicópteros, devido à chuva forte, ou em caminhões, pois as estradas estavam destruídas, os soldados seguiram a pé em direção às áreas mais afetadas. A cidade mais próxima do epicentro, Wenchuan, só foi alcançada pelas tropas dois dias depois do tremor. Em Yingxiu, somente 2.300 dos 10.000 habitantes foram encontrados vivos. Gu Qinghui, representante da Cruz Vermelha, disse a um canal de televisão: "Eu acabei de voltar de Beichuan esta manhã. Não existe mais Beichuan". Nenhum dos edifícios da cidade passou incólume aos tremores.
(Andy Wong/AP)

As cenas do terremoto de Sichuan foram transmitidas ininterruptamente pelos canais de televisão chineses. Um dos casos que comoveram o país foi o da adolescente Yang Liu, que ficou presa pelas pernas sob os blocos de concreto de sua escola, de quatro andares, em Mianzhu. Liu ganhou um capacete de proteção e, por três dias, recebeu alimentos e água das equipes de resgate. Remover os blocos que a prendiam, no entanto, faria com que todo o restante viesse abaixo e ela acabaria morrendo. Na quinta-feira, os médicos amputaram as pernas da menina no próprio local, em uma operação que durou vinte minutos. A presteza do governo chinês em se esforçar nos resgates e a divulgação da tragédia em cadeia nacional marcam uma mudança considerável na política do Partido Comunista. Horas após o terremoto ter pulverizado as cidades, o primeiro-ministro Wen Jiabao voou de helicóptero à província de Sichuan para acompanhar os trabalhos de resgate e dizer que o país aceitaria de bom grado ajuda internacional. "Aqui é o vovô Wen Jiabao. Aguardem, crianças, que vocês serão resgatadas", disse ele sobre os escombros de uma escola.
Tal comportamento seria inimaginável em 1976, quando um terremoto atingiu Tangshan, a 155 quilômetros de Pequim. Naquele ano, a China vivia os últimos suspiros da revolução cultural de Mao Tsé-tung. A própria existência da catástrofe foi negada por vários meses. Os sucessores de Mao recusaram ajuda estrangeira e deixaram o resgate das vítimas a cargo de soldados mal equipados. O número oficial de mortos só foi conhecido três anos depois: 240 000. Estrangeiros foram proibidos de chegar ao local durante sete anos. Em 1975, quando inundações no Rio Huai mataram 30 000 pessoas, as rotas dos aviões eram desviadas para que os passageiros não vissem a destruição.
A diferença em lidar com a tragédia se deve às mudanças profundas pelas quais o país passou desde então. Com o capitalismo, a China de hoje é mais de dez vezes mais rica. O país, assim, tem mais recursos para mobilizar helicópteros, soldados e enviar remédios e alimentos às vítimas. A abertura econômica também tem obrigado a ditadura de partido único a se preocupar com a imagem internacional do regime. Há dois meses, por exemplo, a comoção mundial que se seguiu à repressão, pelo governo chinês, dos protestos de monges tibetanos incluiu até a perseguição global à tocha olímpica. O episódio lembrou aos dirigentes chineses quanto a opinião internacional importa a um país que busca seu lugar entre os grandes. "O governo já aceitou negociar com o líder tibetano Dalai-Lama, vai promover eleições locais e está aumentando a liberdade dentro do partido comunista", disse a VEJA o especialista chinês em relações internacionais Dali Yang, diretor do Instituto Asiático de Cingapura. "Muitas vezes o governo volta atrás em alguns avanços, mas há uma tendência geral de abertura."
No caso do terremoto, a China adotou uma postura de humildade e aceitou receber ajuda de equipes de resgate do Japão, da Rússia, de Cingapura, da Coréia do Sul e até mesmo de Taiwan, país cuja soberania não reconhece. Os chineses querem evitar a todo custo um adiamento nas Olimpíadas de Pequim. Antecedentes para isso havia. Quando o vírus da síndrome respiratória aguda (Sars) fez as primeiras vítimas na Ásia, por exemplo, a sede da Copa do Mundo de futebol feminino de 2003 foi transferida da China para os Estados Unidos. O drama causado pelo terremoto levou a uma decisão menos radical do comitê olímpico: resumiu-se a reduzir pela metade o percurso da tocha olímpica no país e eliminar os discursos previstos para o trajeto. A 650 quilômetros do epicentro do terremoto, outro país asiático dá uma amostra de como não lidar com uma calamidade natural. Duas semanas após um ciclone com ventos de 190 quilômetros deixar 100 000 mortos em Mianmar, a ditadura militar que governa o país continua se recusando a receber a ajuda de equipes de resgate estrangeiras. Os alimentos doados por organizações internacionais são simplesmente confiscados pelo regime, sem chegar aos desabrigados. A ditadura de Mianmar é a ditadura da China de trinta anos atrás.
(Com reportagem de Alexandre Salvador Publicidade)(veja).

Meio Ambiente -História

História no Brasil

ANO ACONTECIMENTOS

- SÉCULO XIX -
1808
Criação do Jardim Botânico no Rio de Janeiro
1850
Lei 601 de Dom Pedro II proibindo a exploração florestal nas terras descobertas, a lei foi ignorada, continuando o desmatamento para implantação da monocultura de café.
1876
André Rebouçãs sugere a criação de parques nacionais na Ilha de Bananal e em Sete Quedas.
1891
Decreto 8.843 cria reserva florestal em Acre, que não foi implantada ainda.
1896
Foi criado o primeiro parque estadual em São Pablo. Parque da Cidade.

- SÉCULO XX -
1920
O pau brasil é considerado extinto
1932
Realiza-se no Museu Nacional a primeira Conferência Brasileira de Proteção à Natureza
1934
Decreto 23793 transforma em Lei o Anteprojeto de Código Forestal
1937
Cria-se o Parque Nacional de Itatiaia
1939
Cria-se o Parque Nacional do Iguaçu

- anos 60 -
1961
Jânio Quadros, declara o pau brasil como árvore símbolo nacional, e o ipê como a flor símbolo nacional

- anos 70 -
1971
Cria-se em Rio Grande do Sul a associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural . AGAPAN
1972
A Delegação Brasileira na Conferência de Estocolmo declara que o pais está “aberto a poluição, porque o que se precisa é dólares, desenvolvimento e empregos” . Apesar disto, contraditoriamente o Brasil lidera os países do Terceiro Mundo para não aceitar a Teoria do Crescimento Zero proposta pelo Clube de Roma
1972
A Universidade Federal de Pernambuco inicia uma campanha de reintrodução do pau brasil considerado extinto em 1920.
1973
Cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente, SEMA, no âmbito do Ministério do Interior,que entre outras atividades, começa a fazer Educação Ambiental
1976
A SEMA e a Fundação Educacional do Distrito Federal e a Universidade de Brasília. Realizam o primeiro curso de Extensão para professores do 1o Grau em Ecologia .
1977
Implantação do Projeto de Educação Ambiental em Ceilândia. (1977 - 81).
1977
SEMA constitui um grupo de trabalho para elaboração de um documento de Educação Ambiental para definir seu papel no contexto brasileiro.
1977
Seminários Encontros e debates preparatórios à Conferência de Tbilisi são realizados pela FEEMA-RJ
1977
A disciplina Ciências Ambientais passa a ser obrigatória nos cursos de Engenharia.
1978
A Secretaria de Educação de Rio Grande do Sul desenvolve o Projeto Natureza (1978 - 85)
1978
Criação de cursos voltados para as questões ambientais em varias universidades brasileiras.
1978
Nos cursos de Engenharia Sanitária inserem-se as disciplinas de Saneamento Básico e Saneamento Ambiental
1979
O MEC e a CETESB/ SP, publicam o documento “Ecologia uma Proposta para o Ensino de 1o e 2o Graus.

- anos 80 -
1981
Lei Nr. 6938 do 31 de Agosto, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente (Presidente Figueiredo)
1984
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), apresenta uma resolução estabelecendo diretrizes para a Educação Ambiental, que não é tratada.
1986
A SEMA junto com a Universidade Nacional de Brasília, organiza o primeiro Curso de Especialização em Educação Ambiental . (1986 a 1988)
1986
I Seminário Nacional sobre Universidade e Meio Ambiente
1986
Seminário Internacional de Desenvolvimento Sustentado e Conservação de Regiões Estuarino – Lacunares (Manguezais) São Paulo
1987
O MEC aprova o Parecer 226/87 do conselheiro Arnaldo Niskier, em relação a necessidade de inclusão da Educação Ambiental nos currículos escolares de 1o e 2o Graus
1987
Paulo Nogueira Neto representa ao Brasil na Comissão Brundtland
1987
II Seminário Universidade e Meio Ambiente, Belém, Pará.
1988
A Constituição Brasileira, de 1988, em Art. 225, no Capítulo VI - Do Meio Ambiente, Inciso VI, destaca a necessidade de ‘’promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente’’. Para cumprimento dos preceitos constitucionais, leis federais, decretos, constituições estaduais, e leis municipais determinam a obrigatoriedade da Educação Ambiental.
1988
Fundação Getúlio Vargas traduz e publica o Relatório Brundtland, Nosso Futuro Comum.
1988
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente de SP e a CETESB , publicam a edição piloto do livro “Educação Ambiental” Guia para professores de 1o e 2o Graus.
1989
Criação do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), pela fusão da SEMA, SUDEPE, SUDEHVEA e IBDF. Nele funciona a Divisão de Educação Ambiental.
1989
Programa de Educação Ambiental em Universidade Aberta da Fundação Demócrito Rocha,por meio de encartes nos jornais de Recife e Fortaleza.
1989
Primeiro Encontro Nacional sobre Educação Ambiental no Ensino Formal . IBAMA/ UFRPE. Recife
1989
Cria-se o Fundo Nacional de Meio Ambiente FNMA no Ministério do Meio Ambiente MMA.
1989
III Seminário Nacional sobre Universidade e Meio Ambiente. Cuiabá. MT

- anos 90 -
1990
I Curso Latino-Americano de Especialização em Educação Ambiental . PNUMA/IBAMA/CNPq/CAPES/UFMT. CUIABÁ- MT (1990 a 1994)
1990
IV Seminário Nacional sobre Universidade e Meio Ambiente, Florianópolis, SC.
1991
MEC resolve que todos os currículos nos diversos níveis de ensino deverão contemplar conteúdos de Educação Ambiental (Portaria 678 (14/05/91).
1991
Projeto de Informações sobre Educação Ambiental , IBAMA/ MEC;
1991
Grupo de Trabalho para Educação Ambiental coordenado pelo MEC, preparatório para a Conferência do Rio 92.
1991
Encontro Nacional de Políticas e Metodologias para Educação Ambiental . MEC/ IBAMA/Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República/ UNESCO/ Embaixada do Canadá.
1992
Criação dos Núcleos Estaduais de Educação Ambiental do IBAMA, NEA’s.
1992
Participação das ONG’s do Brasil no Fórum de ONG’s e na redação do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis. Destaca-se o papel da Educação Ambiental na construção da Cidadania Ambiental.
1992
O MEC promove no CIAC do Rio das Pedras em Jacarepagua Rio de Janeiro o Workshop sobre Educação Ambiental cujo resultado encontra-se na Carta Brasileira de Educação Ambiental, destacando a necessidade de capacitação de recursos humanos para EA
1993
Uma Proposta Interdisciplinar de Educação Ambiental para Amazônia. IBAMA, Universidades e SEDUC’s da região, publicação de um Documento Metodológico e um de caráter temático com 10 temas ambientais da região.(1992 a 1994)
1993
Criação dos Centros de Educação Ambiental do MEC, com a finalidade de criar e difundir metodologias em Educação Ambiental;
1994
Aprovação do Programa Nacional de Educação Ambiental , PRONEA, com a participação do MMA/IBAMA/MEC/MCT/MINC
1994
Publicação da Agenda 21 feita por crianças e jovens em português. UNICEF.
1994
3º Fórum de Educação Ambiental
1995
Todos os Projetos Ambientais e/ou de desenvolvimento sustentável devem incluir como componente atividades de Educação Ambiental .
1996
Criação da Câmara Técnica de Educação Ambiental do CONAMA
1996
Novos Parâmetros Curriculares do MEC, nos quais incluem a Educação Ambiental como tema transversal do currículo.
1996
Cursos de Capacitação em Educação Ambiental para os técnicos das SEDUC’s e DEMEC’s nos Estados, para orientar a implantação dos Parâmetros Curriculares. Convênio UNESCO - MEC
1996
Criação da Comissão Interministerial de EA. MMA
1997
Criação da Comissão de Educação Ambiental do MMA
1997
I Conferência Nacional de Educação Ambiental. Brasília. ICNEA
1997
Cursos de Educação Ambiental organizados pelo MEC – Coordenação de Educação Ambiental, para as escolas Técnicas e Segunda etapa de capacitação das SEDUC’s e DEMEC’s. Convênio UNESCO – MEC
1997
IV Fórum de Educação Ambiental e I Encontro da Rede de Educadores Ambientais. Vitória.
1997
I Teleconferência Nacional de Educação Ambiental .Brasília, MEC
1998
Publicação dos materiais surgidos da ICNEA
1999
Criação da Diretoria de Educação Ambiental do MMA Gabinete do Ministro
1999
Aprovada a Lei 9.597/99 que institui a Política Nacional de EA
1999
Programa Nacional de Educação Ambiental (PNEA)
1999
Criação dos Movimento dos Protetores da Vida Carta de Princípios Brasília DF
1999
A Coordenação de EA do MEC passa a formar parte da Secretária de Ensino Fundamental - COEA

- anos 2000 -
2000
Seminário de Educação Ambiental organizado pela COEA/ MEC Brasília DF
2000
Curso Básico de Educação Ambiental a Distância DEA/ MMA UFSC/ LED/ LEA
2002
Lançado o Sistema Brasileiro de Informação sobre Educação Ambiental e Práticas Sustentáveis (SIBEA)
2002
Decreto Nº 4.281, de 25 de junho de 2002. Regulamenta a Lei que institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências
2004
Em setembro é realizada a Consulta Pública do ProNEA, o Programa Nacional de Educação Ambiental, que reuniu contribuições de mais de 800 educadores ambientais do país.
Em novembro foi realizado o V Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, após sete anos de intervalo ocorrido entre o IV Fórum, com o lançamento da Revista Brasileira de Educação Ambiental e com a criação da Rede Brasileira de Educomunicação Ambiental - REBECA.
Ainda em novembro, após dois anos de existência enquanto Grupo de Estudos, é oficializado o Grupo de Trabalho em Educação Ambiental da ANPEd, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação.
Em dezembro é criado o Grupo de Trabalho de Educação Ambiental no FBOMS, o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais.

Efeito estufa e as mudanças climáticas

Efeito Estufa e as Mudanças Climáticas


A Terra absorve a radiação solar, principalmente na superfície. Essa energia é então redistribuída pela circulação atmosférica e oceânica e radiada para o espaço em comprimentos de onda mais l
ongos (radiação "terrestre" ou "infravermelha"). Em média, para a Terra como um todo, a energia solar recebida é equilibrada pela radiação terrestre devolvida. Qualquer fator que altere a radiação recebida do sol ou enviada de volta para o espaço, ou que altere a redistribuição da energia dentro da atmosfera e entre a atmosfera, a terra e os oceanos pode afetar o clima. Uma mudança na energia disponível para o sistema global Terra/atmosfera é denominada um forçamento radiativo.

Os aumentos das concentrações de Gases de Efeito Estufa-GEE reduzirão a eficiência com que a Terra se resfria. Uma maior parte da radiação terrestre da superfície é absorvida pela atmosfera e emitida em altitudes mais elevadas e temperaturas mais frias. Isso resulta em um forçamento radiativo positivo que tende a aquecer a baixa atmosfera e a superfície. Essa é a intensificação do efeito estufa - a intensificação de um efeito que vem atuando na atmosfera da Terra há bilhões de anos devido aos gases de efeito estufa que ocorrem naturalmente: vapor d'água, dióxido de carbono, ozônio, metano e óxido nitroso. O total do aquecimento depende da magnitude do aumento da concentração de cada gás de efeito estufa, as propriedades radiativas dos gases envolvidos e as concentrações de outros Gases de Efeito Estufa já presentes na atmosfera.

Esta troca de energia entre a superfície e a atmosfera mantém as atuais condições que proporcionam uma temperatura média global, próxima à superfície, de 14oC. A não existência do efeito estufa natural acarretaria uma temperatura média próxima à superfície de -19oC, representando 33oC a menos do que a média da temperatura observada. O efeito estufa natural é parte do balanço de energia da Terra,

Qualquer mudança no balanço radiativo da Terra tenderá a alterar as temperaturas atmosféricas e oceânicas e os correspondentes padrões de circulação e tempo. Será acompanhada por mudanças no ciclo hidrológico (por exemplo, alterações na distribuição das nuvens ou mudanças nos regimes de precipitação e evaporação), que podem intensificar processos de desertificação e inundações, provocam perdas de produtividade agrícola e de áreas agricultáveis. Pode também tornar mais intensos fenômenos extremos tais como furacões, tufões, ciclones e tempestades tropicais.

Qualquer mudança induzida pelo homem no clima será sobreposta às variações climáticas naturais que são causadas pela variabilidade da intensidade solar e as erupções vulcânicas. As atividades antrópicas, em particular a queima de combustíveis fósseis, mas também a mudança no uso da terra e, em menor grau, a produção de cimento, promovem o aumento dos GEE ou dos aerossóis de sulfato emitidos pela queima de combustíveis fósseis contendo enxofre, que provocam um pequeno esfriamento.

O aquecimento observado nos últimos 50 anos é em grande parte devido à emissão antrópica de GEE. A média de temperatura da superfície da Terra começou a crescer desde 1861, se comparada aos últimos mil anos. O aquecimento da superfície ocorrido no século 20 foi de 0,6+/- 0,2 em relação à média dos últimos mil anos.

As previsões do Terceiro Relatório de Avaliação do IPCC, 2001, são a de um aumento da média global da temperatura entre 1,4 a 5,8 0C e a de um aumento no nível dos mares causado pela expansão térmica dos oceanos e o derretimento das calotas polares. A previsão é de uma elevação dos mares entre 0,09 e 0,88 metros, para os próximos 100 anos (até 2100).

Fonte: IPCC, 1996 e 2001.

domingo, 29 de junho de 2008

quinta-feira, 26 de junho de 2008

P.D.

Questões:
1- Como podemos proteger os nossos rios da degradação ambiental?
2- Qual a quantidade de água doce disponível em todo o mundo para uso humano?
3- O que podemos fazer para evitar o desperdício de água?
4- Comente sobre a distribuição de água doce no Brasil.
5- O que são recursos hídricos?
6- Comente sobre "O Aquífero Guaraní".
7- Qual a finalidade da "Declaração Universal dos Direitos da água'?
8- Faça uma síntese sobre a água doce no Brasil.
9- Especifique (taxa porcentual) o destino da água usada pela humanidade.
10- Comente a frase "Água é qualidade de vida".

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Aquífero Guaraní

Educação ambiental para preservação do Aqüífero Guarani na região do Planalto dos Guimarães- MT:
Este projeto tem por objetivo geral contribuir no sentido de divulgar a ocorrência do Aqüífero Guarani no Planalto dos Guimarães-MT, com o fim de preservar o aqüífero e educar para questões relativas ao uso e importância das águas subterrâneas, para a qualidade da vida humana e do meio ambiente.O projeto tem como objetivos específicos:a) Contribuir na formação de crianças e adolescentes para o problema do uso e preservação das águas subterrâneas; b) Divulgar o Aqüífero Guarani na região do Planalto dos Guimarães-MT, visando à proteção do meio ambiente; c) Produzir e oferecer um conjunto de materiais pedagógicos. (Instituição Titular da Proposta:Associação Brasileira de Águas Subterrâneas)
Educação Ambiental: Uma Proposta Sustentável.
Este projeto tem como objetivo a sensibilização e conscientização do Poder Público, da Sociedade e demais atores envolvidos em Ribeirão Preto - SP - Brasil sobre a gravidade dos estoques de água doce no planeta, o uso indiscriminado, a contaminação, a poluição e a degradação dos mananciais subterrâneos e em especial o Aqüífero Guarani e as conseqüências que todos estes problemas acarretam para o futuro próximo da humanidade. Assim, essas pessoas poderão auxiliar na conservação e preservação deste nobre Recurso Hídrico, para que as gerações futuras possam usufruir dessa fonte. Pretende-se proporcionar à população de Ribeirão Preto - SP - Brasil, conhecimentos científicos sobre o tema para que desta forma, a mesma possa se posicionar frente às questões ambientais, auxiliando neste processo de preservação.Pretende-se utilizar atividades voltadas à educação ambiental como forma de sensibilizar a população sobre a importância da preservação dos recursos hídricos, a gravidade da redução dos estoques de água e demais temas relacionados à proteção dos recursos naturais. Fornecer informações para que a população possa auxiliar na fiscalização dessas áreas e exercer seu direito de cidadania. A população terá acesso às informações através de palestras, além de outras atividades de divulgação como: teatro, atividades lúdicas e demais atividades interdisciplinares, esportivas e culturais para atrair a população para os eventos propostos.Nas escolas de educação infantil serão atingidas através de atividade lúdicas como: teatros, dentre outras. A escolha dessa forma de comunicação tem o intuito de aproximar o universo infantil às questões ambientais de forma lúdica para que haja um melhor resultado da atividade. (Instituição Titular da Proposta:UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos)
O Aqüífero Guarani é uma das maiores reservas subterrâneas de água doce do mundo. Possui um volume acumulado de 45.000 km3 (considerando uma espessura média aqüífera de 250m e porosidade efetiva de 15%) e extensão da ordem de 1,2 milhões de Km2, sendo 840.000 km2 (70%) no Brasil, 225.500 Km2 na Argentina, 71.700 Km2 no Paraguai e 58.500 Km2 no Uruguai. Na parte brasileira estende-se à oito estados: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Possui mais de 500 cidades abastecidas, total ou parcialmente, com suas águas.
As águas são de excelente qualidade para consumo doméstico, industrial e irrigação e, em função das temperaturas serem superiores a 30ºC em todo o domínio confinado, são muito utilizadas para o desenvolvimento de balneários e até mesmo na agroindústria (despelamento de frango). Segundo Rebouças (1999) sobre cerca de 70% da área de ocorrência há possibilidade de os poços serem jorrantes. A utilização do aqüífero se dá de forma desordenada, sem controle, em sua maior parte, o desperdício é flagrante. Faz-se necessário medidas tanto no plano nacional como no internacional.
A região que hoje abriga o Aqüífero Guarani, na Era Mesozóica (240 a 140 milhões de anos atrás) era um grande deserto. Com o passar do tempo, os ventos acumularam enormes quantidades de material arenoso nessa região, formando um extenso campo de dunas sobre o continente Godwanico. Estes depósitos foram recobertos, no Eocretáceo (140 a 120 milhões de anos atrás), por lava basáltica, em um dos mais volumosos episódios de vulcanismo intracontinental do planeta, dando origem a Formação Serra Geral, que ocorre sobre o Aqüífero Guarani. Essa lava, quando solidificou-se, estancou a areia de alta porosidade e condutividade hidráulica (Oliveira Filho, 2000). Foram esses mecanismos geológicos que originaram as rochas (formações geológicas), em cujos poros armazenam-se as águas de Aqüífero Guarani (Borghetti et al., 2004).

Declaração Direitos da Água

A presente Declaração Universal dos Direitos da Água foi proclamada tendo como objetivo atingir todos os indivíduos, todos os povos e todas as nações, para que todos os homens, tendo esta Declaração constantemente no espírito, se esforcem, através da educação e do ensino, em desenvolver o respeito aos direitos e obrigações anunciados e assumam, com medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação efetiva. Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos. Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem. Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia. Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam. Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras. Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo. Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis. Art. 8º - A utilização da água implica o respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado. Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social. Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
(Fonte: Organização das Nações Unidas Paris, 199.)

Água no mundo

A água não é só uma mera substância química formada por átomos de hidrogênio e oxigênio. Nela surgiu a primeira forma de vida do planeta há milhões de anos; dela o processo evolutivo caminhou até formar nossa espécie, e continua a manter toda a diversidade que conhecemos. "Terra, planeta água:"Nenhuma frase é tão verdadeira quanto essa, se pensarmos que 3/4 da superfície do nosso mundo são cobertos por água, sendo 97% salgada, e apenas 3% doce. Contudo, do percentual total da água doce existente, a maior parte encontra-se sob a forma de gelo nas calotas polares e geleiras, parte é gasosa e parte é líquida - representada pelas fontes subterrâneas e superficiais. Já os rios e lagos, que são nossas principais formas de abastecimento, correspondem a apenas 0,01% desse percentual, aproximadamente. Na Terra tudo é mantido graças à presença desse líquido vital: nossas cidades, nossas indústrias, nossas plantações, e, mesmo o oxigênio que respiramos, cerca de 70% dele, vem das microscópicas algas habitantes dessa enorme massa formada por rios, lagos e oceanos.
(Amigo da Água - www.amigodaagua.com.br)

Água no Brasil

O Brasil possui uma das maiores reservas hídricas do mundo, concentrando cerca de 15% da água doce superficial disponível no planeta.Mas o contraste na distribuição é enorme: A região Norte, com 7% da população, possui 68% da água do País, enquanto o Nordeste, com 29% da população, possui 3%, e o Sudeste, com 43% da população, conta com 6%. Além disso, problemas como o desmatamento das nascentes e a poluição dos rios agravam a situação. Em conseqüência, 45% da população não tem acesso aos serviços de água tratada e 96 milhões de pessoas vivem sem esgoto sanitário. A agricultura é o setor que mais consome água no país, cerca de 59%. O uso doméstico e o setor comercial consomem 22% e o setor industrial fica por último com 19% do consumo. Projeções feitas por cientistas calculam que em 2025, cerca de 2,43 bilhões de pessoas estarão sem acesso à água.O desperdício é outro grande problema. Na verdade, é uma das causas para escassez. No Brasil 40% da água tratada fornecida aos usuários é desperdiçada. Cada pessoa necessita de 40 litros de água por dia, mas a média brasileira é de 200 litros. Outros dados: • 65% das internações hospitalares no país, principalmente de crianças, são causadas por doenças de veiculação hídrica. • Diarréia e as infecções parasitárias estão em segundo lugar como maior causa de mortalidade infantil no Brasil. • Apesar dos esforços, são poucas as indústrias brasileiras que tratam seus despejos antes de devolvê-los à natureza.• Apesar de toda energia gerada pelas gigantescas hidrelétricas do São Francisco, ainda hoje 35% da população rural dessa região não possui energia elétrica em seus domicílios.• São Paulo e algumas outras cidades do globo têm uma descarga de efluentes do mesmo volume que o fluxo natural dos rios que as atravessam.

Água na medida certa

(Alex Sander Alcântara - Agência FAPESP .)
Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP), desenvolveram um sistema para monitoramento e controle automático de irrigação de precisão em sistemas do tipo pivô central, aplicado em grandes áreas. Nos sistemas de pivô central, os aspersores são instalados em uma tubulação metálica que, apoiada sobre torres metálicas montadas em rodas, recebe a água de um dispositivo central sob pressão. Acionadas, as torres fazem movimentos concêntricos para irrigar áreas que vão, em geral, de 50 a 130 hectares. De acordo com um dos autores do estudo, Tarlei Botrel, professor do Departamento de Engenharia Rural (LER) da Esalq, o hardware desenvolvido consiste em conjuntos de sensores de umidade colocados estrategicamente em vários pontos da área irrigada pelo pivô central. “Os sensores são ligados a sistemas de radiofreqüência que enviam as informações para uma central de processamento. Esta analisa as informações e estabelece a lâmina de água necessária em cada parcela, acionando o pivô central de modo a aplicar lâminas diferenciadas de acordo com a necessidade da parcela”, disse Botrel à Agência FAPESP. Participaram do estudo, que foi publicado na revista Engenharia Agrícola, os pesquisadores José Frizzone, também do LER, e Tadeu Queiroz, professor do Departamento de Engenharia da Produção Agroindustrial da Universidade Estadual do Mato Grosso (Unemat). O principal objetivo da pesquisa foi reduzir o consumo de água associado a incrementos na produtividade. “Os resultados mostraram que tanto os circuitos como os aplicativos desenvolvidos apresentaram funcionamento satisfatório, com grande potencial para utilização em sistemas de irrigação de precisão”, afirmou Botrel. O estudo recomenda, no entanto que o alcance dos rádios seja aumentado. Nos testes de comunicação, eles apresentaram limitação no alcance acima de 50 metros. De acordo com Brotel, após a conclusão do trabalho, rádios com alcance maior surgiram no mercado e deverão ser testados na próxima etapa da pesquisa. Segundo ele, o trabalho também pretendeu permitir aplicações diferenciadas de água nesse tipo de sistema. “Com a área irrigada dividida em subáreas, os sensores de umidade colocados no solo, em cada parcela, enviam por radiofreqüência as informações a um controlador localizado no pivô central”, disse. Isso permite que a água seja aplicada de forma diferenciada em cada parte, de acordo com as informações enviadas pelos sensores. “Na agricultura tradicional, todas as plantas em um campo cultivado recebem o mesmo tratamento, ou seja, supõe-se que todas sejam iguais. Sabemos que isso não é verdade, pois existem grandes variações devido a fatores como variabilidade espacial do solo, variabilidade genética da planta e diferenciação na incidência à luz solar”, explicou Botrel. Para o cientista, o ideal seria que cada planta fosse tratada individualmente, isto é, de acordo com seu porte e característica recebe quantidades diferenciadas de insumos visando à otimização do uso do insumo e também a produtividade da planta. “Com o avanço tecnológico de imagens digitais e sensores, tem se tornado possível e viável, na agricultura de precisão, o tratamento em nível de subáreas, agrupando as plantas em parcelas em que cada parte apresenta características e necessidades semelhantes quanto a um dado insumo”, salientou.
Necessidades diferentes
A melhor racionalização da água, segundo o professor da Esalq, ainda é um desafio para a irrigação. “Quando se trata todas as plantas como tendo a mesma necessidade, geralmente tomando como base a média, estamos aplicando água a mais em algumas e a menos em outras. O controle individual de uma planta isolada é inviável, mas podemos fazer isso em parcelas com características semelhantes”, explicou. Para o desenvolvimento do aplicativo computacional foi projetado um sistema capaz de obter a leitura dos tensiômetros utilizando uma interface sem fio, que foi implementada por meio de módulos de radiofreqüência. “Partimos do princípio de que é possível fazer uma irrigação de precisão dividindo a área do pivô em setores. Cada setor pode conter um conjunto de tensiômetros e a lâmina aplicada pode ser calculada individualmente”, disse Botrel. Segundo ele, o sistema desenvolvido pode ser usado para qualquer tipo de solo, mas o potencial de economia é maior quando o solo é heterogêneo. “A utilização de sistemas de transmissão de dados por radiofreqüência é uma ferramenta cada vez mais atraente e aplicável e, a exemplo da mecanização, a irrigação poderá ser de precisão”, disse. “Acreditamos que, com a água como um recurso cada vez mais escasso, sistemas que propõem economia deverão ser bastante utilizados. Nosso sistema apresenta baixo custo e grandes benefícios, o que o torna viável economicamente”, afirmou.

Abastecimento

Abastecimento: Corrupção pode levar à escassez de água (25 de Junho de 2008)

A corrupção está tornando a água mais cara em alguns países em desenvolvimento e ameaça a sobrevivência de bilhões de pessoas. A afirmação foi feita nesta quarta-feira pela ONG Transparência Internacional. O problema não acontece em tamanha proporção em grandes cidades, como Nova York, Londres ou Roma.
A constatação foi feita no mais recente relatório mundial sobre a corrupção, divulgado em Berlim e Nova York pela ONG. A Transparência Internacional informou ter descoberto que subornos, corrupção e outros delitos são as principais razões para a "crise mundial da água", que está acelerando o ritmo da degradação ambiental.
O relatório mostra que a corrupção no setor de abastecimento de água varia de pequenos subornos na entrega do produto até o desvio de recursos destinados à irrigação e energia hidrelétrica. De acordo com a ONG, tal corrupção, encontrada tanto em países ricos como pobres, ameaça exacerbar a escassez mundial de alimentos.
"Em todo o mundo há anúncios de investimentos grandes em irrigação para combater a crise alimentar. Escassez de água significa escassez de alimentos e se a corrupção na irrigação também não for combatida estes esforços não vão dar resultados", afirmou a presidente da ONG, Huguette Labelle. Terras irrigadas ajudam a produzir 40% do suprimento mundial de alimentos, destacou o relatório. Este é o primeiro estudo do impacto da corrupção no setor da água. A Transparência Internacional afirmou que 1,2 bilhão de pessoas não têm acesso garantido à água e 2,6 bilhões não têm serviços de saneamento adequado. Como exemplo, o relatório trouxe o caso da Índia, onde a corrupção eleva em 25% o custo dos contratos de irrigação.
Um dos resultados da corrupção no setor da água “é que residências pobres em Jacarta, Lima, Nairóbi ou Manila gastam mais com água do que moradores de Nova York, Londres ou Roma”, concluiu o estudo.
(Revista Veja)

domingo, 22 de junho de 2008

Água potável

Ambiente.
Água: Cai do céu, mas pode faltar

A humanidade desperdiça e polui a água como se nada valesse – e já paga o preço por isso
Diogo Schelp
Reuters
Seca na Índia: a agricultura gasta 70% da água doce usada no mundo
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Nesta reportagem• Quadro: O planeta azul perde a cor
Exclusivo on-line• Em profundidade: Aquecimento global
O nosso planeta azul vive um paradoxo dramático: embora dois terços da superfície da Terra sejam cobertos de água, uma em cada três pessoas não dispõe desse líquido em quantidade suficiente para atender às suas necessidades básicas. Se o padrão atual de aumento de consumo for mantido, calcula-se que essa proporção subirá para dois terços da população mundial em 2050. A explicação para o paradoxo da escassez na abundância é a seguinte: a água é um recurso renovável pelo ciclo natural da evaporação-chuva e distribuído com fartura na maior parte da superfície do planeta. Acontece que a ação humana afetou de forma decisiva a renovação natural dos recursos hídricos. Em certas regiões do mundo, como o norte da China, o oeste dos Estados Unidos e o Lago Chade, na África, a água vem sendo consumida em ritmo mais rápido do que pode ser renovada. Estima-se que 50% dos rios do mundo estejam poluídos por esgotos, dejetos industriais e agrotóxicos. "Em alguns casos, a sujeira é irreversível e aquela fonte de água jamais poderá voltar a ser utilizada", disse a VEJA o belga Jan van Wambeke, chefe de desenvolvimento de terras e água do escritório latino-americano da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Calcula-se que 30% das maiores bacias hidrográficas tenham perdido mais da metade da cobertura vegetal original, o que levou à redução da quantidade de água.
Nos últimos 100 anos, a população do planeta quadriplicou, enquanto a demanda por água se multiplicou por oito. Estima-se que a humanidade use atualmente metade das fontes de água doce do planeta. Em quarenta anos, utilizará perto de 80%. Apenas 1% de toda a água existente no planeta é apropriada para beber ou ser usada na agricultura. O restante corresponde à água salgada dos mares (97%) e ao gelo nos pólos e no alto das montanhas. Administrar essa cota de água doce já deveria despertar preocupação similar à existente em relação à gasolina. Não é o que acontece. Em tese isso faz sentido, pois a água é mais abundante e barata que o petróleo – combustível fóssil cuja escassez nos deixa apreensivos quanto ao futuro e já nos custa caro na hora de encher o tanque do carro –, com a vantagem de ser um recurso renovável. O petróleo, no entanto, pode ser trocado por outras fontes de energia. Já a água é insubstituível. "Ainda hoje usamos esse bem vital com a mesma falta de cuidado que se tinha no século XIX", diz a especialista em água Petra Sánchez, da Universidade Mackenzie, em São Paulo.
AP
Jatos de água para amenizar o calor numa vila japonesa: uso generoso dos recursos hídricos
Muitos especialistas temem que no futuro haja guerras não mais por petróleo, mas por água. Em parte, o perigo está no fato de que nenhum país é totalmente dono de sua própria água. A maior reserva de água subterrânea existente no mundo, o aqüífero Arenito Núbia, distribui-se pelo subsolo de quatro países – Líbia, Egito, Chade e Sudão. O aqüífero Guarani, segundo em extensão, é dividido entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Mais de 200 rios cruzam fronteiras nacionais. Pouca gente nota, mas a água tornou-se um dos produtos mais presentes no comércio global. Países com poucos recursos hídricos, como a China, compensam a escassez importando a "água virtual" embutida em produtos agrícolas ou industriais. Calcula-se que sejam necessárias 10 toneladas de água para produzir o equivalente a 2 dólares em trigo e a mesma quantidade do recurso natural, em média, para obter um produto industrializado de 140 dólares. Como se gasta muito mais água na irrigação do que nas fábricas, em proporção ao valor final do produto, pode valer mais a pena para um país importar alimentos e concentrar suas forças na indústria. A China, uma das nações com a menor disponibilidade de água doce per capita, está passando por essa transição. Recentemente, os três maiores lagos chineses foram cobertos por algas devido à poluição, que matou os peixes e impediu o uso da água no abastecimento da população. Na semana passada, o governo chinês anunciou um projeto para despoluir todos os lagos do país.
Os fatores humanos da escassez de água são agravados por eventos climáticos. De todas as previsões relacionadas ao aquecimento global, a mais surpreendente talvez seja a de que o clima da Terra ficará mais úmido, mas não de forma uniforme por todo o planeta. Haverá mais chuvas nas regiões próximas aos pólos e secas mais intensas nas áreas subtropicais. Isso deve piorar um problema contra o qual a humanidade já luta há milênios: a natureza nem sempre nos dá a água no lugar, no momento e na quantidade que precisamos. Mesmo países com água em abundância, como é o caso do Brasil, não estão livres de dilemas. O acesso à água potável depende de um sistema eficiente de coleta, tratamento e distribuição. Há duas razões principais para isso. A primeira é o crescimento populacional das cidades, que leva ao esgotamento das fontes hídricas próximas dos centros urbanos. A solução é trazer a água, um recurso pesado e difícil de transportar, de lugares cada vez mais distantes. Parte da água que abastece São Paulo é captada a 100 quilômetros de distância. A segunda dificuldade na captação de água limpa a baixo custo para as cidades é a poluição.
O uso de água imprópria para o consumo humano é responsável por 60% dos doentes no mundo. Por dia, 4.000 crianças morrem de doenças relacionadas à água, como a diarréia. Os especialistas costumam alinhar duas soluções principais para evitar a escassez de água de qualidade, própria para o consumo humano: cobrar mais pelo uso do recurso e investir no tratamento dos esgotos. O objetivo de cobrar mais pela água é desencorajar o desperdício. Na irrigação, por exemplo, que consome 70% de toda a água doce utilizada no mundo, pode-se economizar com sistemas de gotejamento e borrifação, mais eficientes que as técnicas de alagamento das lavouras. No Brasil, cobra-se pelo uso da água em apenas duas bacias hidrográficas formadas por rios de jurisdição federal (a lei permite que se faça o mesmo em outras cinco). A segunda solução, o tratamento de esgoto, possibilita que a água seja devolvida à natureza ou reutilizada. No fim do mês passado, o condado de Orange, um dos mais ricos da Califórnia, inaugurou a maior estação do mundo dedicada a transformar esgoto em água potável. Depois de limpa, a água é injetada no lençol freático do qual a cidade se abastece. É uma providência que vem em boa hora. A Califórnia não é apenas uma das regiões mais secas dos Estados Unidos – é também onde se encontra o maior consumo hídrico per capita do mundo. Sabendo usar, não vai faltar.
(Revista Veja, Com reportagem de Alexandre Salvador e Denise Dweck)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Gás de lixo

O lixo das 300 maiores cidades brasileiras poderia produzir 15% da energia elétrica total consumida no país. A estimativa consta no Plano Decenal de Produção de Energia 2008/2017 e considera todo o lixo recolhido nestes municípios. O documento deveria ser lançado ainda neste mês e está em fase final de elaboração.
Apesar dessa previsão, o Ministério de Minas e Energia, que encomenda o relatório desde 2006, para balizar suas ações, não tem planos de realizar leilões com a energia do lixo nos próximos anos. Segundo o governo, as prioridades em fontes renováveis são eólica, solar e hidrelétrica.
A falta de perspectivas aumenta a defasagem do Brasil na tecnologia de eletricidade produzida por meio do lixo, na avaliação do professor Luciano Bastos, responsável pelo capítulo que avalia esse potencial no plano decenal a ser lançado.
Bastos diz que a única usina construída especialmente para aproveitar o potencial energético dos dejetos é a termelétrica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com capacidade de 200 KW por mês, suficiente para abastecer 2.300 casas.
Além dessa usina, há os aterros sanitários Novagerar, em Nova Iguaçu-RJ, Bandeirantes e São João, em São Paulo, que utilizam o gás metano resultante da decomposição natural da matéria orgânica.

Carbono à venda
A transformação de lixo em energia teria ainda duas consequências benéficas, na opinião de pesquisadores. A primeira é incentivar a armazenagem correta dos resíduos, que passam a ser matéria-prima. Outro benefício seria o econômico: assim como outras fontes de energia renovável, o lixo pode gerar créditos de carbono e favorecer o Brasil nas negociações sobre mudanças climáticas. A geração de créditos se deve à queima do metano, produto natural da decomposição orgânica. Este gás é mais danoso ao aquecimento global do que o gás carbônico CO2. (...)
A energia gerada no Bandeirantes (20 MW ou 160 mil casas) é usada pelo Unibanco e a do São João (24,8 ou 198,4 mil casas) é vendida para grandes consumidores, como shopping centers. (...)
(Folha de São Paulo - 14/06/2008)

sábado, 14 de junho de 2008

Apresentação

Olá!!
Esse espaço é destinado à discussão sobre o Meio Ambiente, o cenário atual do aquecimento global, Previsões: como as diferentes regiões serão atingidas pelo aquecimento global, Ações individuais para reduzir as emissões de gases que agravam o efeito estufa, Desenvolvimento sustentável e a Biodiversidade.